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Revista: Entrevistas : Marcos Cuzziol, Perceptum


- feito por Vertigo
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Entrevista com Marcos Cuzziol, da Perceptum Entertainment - Parte 2
   
  . . .

[ << Primeira parte ]


(Vertigo)>
Em relação ao mercado brasileiro, na época do lançamento do IV, você havia me dito que o mercado aqui é muito pequeno e que a pirataria extrema prejudica muito o crescimento de empresas como a Perceptum. Você acha que de lá para cá, alguma coisa mudou?

(Marcos)> Infelizmente, parece que a situação mudou para pior depois da última crise econômica. A pirataria afeta-nos principalmente de maneira indireta: quem trabalha na distribuição e venda de jogos aqui no Brasil muitas vezes apresenta vícios criados por essa concorrência ilegal. Isso pode incluir atos como aumentar preços, diminuir a quantidade distribuida, cortar propagandas, etc.


(Vertigo)>
Quais são as expectativas em relação ao IV2? Pergunto isso em relação ao mercado nacional...

(Marcos)> É nosso objetivo que o IV2 tenha um desempenho similar ao de um bom jogo importado, vendendo de 5 a 10 mil cópias aqui no Brasil.


(Vertigo)>
Responda se quiser: Qual o custo médio que você pode prever do IV2 nas lojas brasileiras?

(Marcos)> Essa é uma promessa que, infelizmente, não posso fazer - tem muita gente no meio do caminho que pode atrapalhar bastante. Mas nossa meta de preço final ao consumidor é algo em torno dos 35 reais.


(Vertigo)>
E quando o jogo fica pronto?

(Marcos)> O jogo propriamente dito será finalizado em breve, entre junho e julho. Mas temos outras etapas importantes após a criação do CD master: a produção, que fica por nossa conta ($$$), e a distribuição, que não fica - e cada uma depende da outra. Ainda não temos um bom acordo de distribuição para saber quando o IV2 chegará as lojas. Espero sinceramente que tudo corra bem, ao contrário do que aconteceu com o IV1.


(Vertigo)>
Haverá beta test, ou IV2 Test, algo assim, semelhante ao Q3Test, para a ambientação do produto na comunidade online nacional?

(Marcos)> Não, o beta test do IV2 será bem restrito, como já ocorre com o alpha. O principal motivo é a nossa própria falta de recursos para lidar com um grande número de beta testers. Mas devo admitir que um beta aberto é também uma grande sacada de marketing.


(Vertigo)>
Com o aumento do dólar, você espera que o jogo chegue nos EUA mais caro ou barato que a média dos jogos vendidos por lá?

(Marcos)> Se tudo der certo, a versão em inglês será produzida lá fora, e a Perceptum receberá royalties da mesma maneira como com o IV original. Como a produção não será dependente do Real, a diferença de valor do dólar recai apenas sobre nossos royalties (que são convertidos em Reais), não prejudicando em nada o preço de venda. A produção lá fora acaba sendo muito mais barata, em virtude também da quantidade. Para dar uma idéia, a Midas está colocando o IV no mercado internacional por um preço final muito próximo ao nosso CUSTO de produção aqui no Brasil! Como eles conseguem pagar a produção, a distribuição, as lojas, os nossos royalties e ainda fazer algum lucro? Simples, a produção de CDs e material gráfico é MUITO mais barata, especialmente quando se trabalha com grandes quantidades.


(Vertigo)>
Empresas como a Perceptum, Continuum e jogos feito por universidades brasileiras ainda não fazem número para que o Brasil possa dizer que possui uma indústria própria de jogos. Você acha que esse mercado tem crescido e tem futuro?

(Marcos)> Que ele tem crescido, não tenho dúvida alguma. Já se o mercado para jogos brasileiros tem futuro ou não, depende um pouco de todos nós. Estamos tentando fazer nossa parte. No fundo, acredito de que essa tendência seja irreversível.


(Vertigo)>
Que maneiras você vê de o governo brasileiro facilitar a criação de uma indústria de jogos no Brasil?

(Marcos)> A melhor maneira que o governo tem para ajudar é... não atrapalhar :) Por mais que se diga o contrário, foi a estabilização econômica que abriu caminho para o aparecimento de empresas como a Perceptum. Embora eu não seja um defensor da situação econômica atual, acho que o Brasil está finalmente acordando e entrando nos trilhos, bem lentamente diga-se de passagem. A indústria nacional de jogos já está nascendo, tudo o que ela precisa é de um pouco de espaço para crescer. Quanto menor a interferência do governo, melhor: o mercado tem suas próprias leis e é auto-regulável, tudo o que é artificial acaba atrapalhando, mais cedo ou mais tarde.


(Vertigo)>
A televisão poderia contribuir para a divulgação da indústria de jogos no Brasil? Como?

(Marcos)> Notamos uma reação excelente após nossa participação no programa Vitrine da TV Cultura. O mesmo aconteceu há poucos dias, quando o Discovery Channel apresentou um documentário sobre o caso Varginha, com especulações muito similares ao enredo do IV. A televisão sem dúvida pode contribuir de maneira decisiva para divulgar nossa futura indústria de jogos. Tenho certeza de que programas semanais sobre informática fariam tanto sucesso quanto os cadernos de informática que pipocaram em nossos jornais.


(Vertigo)>
Uma sugestão que pode ser uma pergunta também: Que tal vocês trabalharem com a marca Incidente em Varginha, lançando souvenirs, como adesivos, camisetas, bonés? Algo promocional que possa sair como algum "prêmio" de algum campeonato (de jogos 3D) que possa ocorrer...

(Marcos)> A idéia é muito boa. Acho que devemos estudar essa possibilidade em maiores detalhes.


(Vertigo)>
Em relação à pirataria, ela prejudica muito vocês? Que soluções você vê para os jogadores brasileiros pararem de puxar warez na Internet e passarem a comprar jogos?

(Marcos)> A pirataria é um verdadeiro câncer alimentado por duas "bocas". De um lado empresas querendo ganhar mais do que o razoável, aumentando muito o preço de venda para compensar as perdas. Do outro, o pessoalzinho "esperto", que fica puxando warez. O pior é que, dessa maneira, quem paga o prejuizo são os consumidores honestos, aqueles que mantém as empresas funcionando, e que deveriam ser mais respeitados. Portanto, uma maneira óbvia de desestimular a pirataria é a redução do preço de venda: acho que esse é o principal motivo de países como os EUA terem índices menores de pirataria, em termos percentuais. A outra maneira... bom, para falar a verdade, não acredito muito numa possível conscientização contra a pirataria no Brasil, pelo menos a curto prazo, pois o exemplo já vem de cima. Furtar e passar os outros para trás ainda são atitudes bem vistas por muitos, sabe como é, coisa de gente esperta...


(Vertigo)>
A Perceptum está concentrada apenas no IV2 ou possui mais projetos "secretos" em andamento?

(Marcos)> Temos outros dois projetos em fase inicial, mas eles só serão detalhados após a conclusão do IV2.


(Vertigo)>
Por falar em projetos, vocês pretendem continuar na área de 3D Shooters ao migrar para novas, como RPGs, Estratégicos, etc?

(Marcos)> Na minha opinião, os 3D shooters atuais apresentam os maiores desafios em termos de desenvolvimento, e ainda terão muito espaço para evolução. Acho que esses jogos estão formando a base de um novo tipo de entretenimento virtual, mais envolvente e menos apelativo, e por tudo isso vamos continuar na área. Mas simuladores e jogos esportivos não estão fora de nossos planos para o futuro.


(Vertigo)>
Você disse que já tem alguns projetos futuros após a conclusão do IV2. E disse também que só falará mais adiante, quando forem tomados. Mas como sou chato e insistente, dá pra adiantar alguma coisa? :-)

(Marcos)> Não há muito mais para dizer. Estamos amadurecendo a técnica de criar comportamentos mais convincentes para os personagens virtuais. O objetivo é quebrar as barreiras naturais de um "3D shooter", onde a liberdade de movimentação do jogador torna complicada a tarefa de criar uma trama mais elaborada. Hoje em dia, quando muito, pode-se armar uns teatrinhos pré-programados entre um tiroteio e outro. Mas queremos ir além: os personagens devem agir por conta própria, dependendo da situação, do local e de seus bancos de conhecimento.


(Vertigo)>
Depois de tanto falar no ET de Varginha, agora, fiquei curioso para saber: Vocês acham que o caso Varginha realmente aconteceu e acreditam no tal ET marrom, ou acham que é mera ficção?:-)

(Marcos)> Eu acredito realmente que algo muito estranho aconteceu em Varginha. Os relatos são extremamente consistentes: as três meninas, alguns militares e pessoal médico, todos relataram criaturas com as mesmas características, acho muito difícil que todas essas pessoas estivessem mentindo. E as criaturas? Seriam ETs? O que eles estariam fazendo aqui? De onde vieram? Como chegaram? No enredo do IV tentamos apresentar algumas respostas possíveis, mas acho bastante provável que a realidade seja ainda mais estranha do que a própria ficção.


(Vertigo)>
Este espaço está aberto pra você falar o que quiser pro pessoal que está lendo essa entrevista. Diga o que quiser, :-)

(Marcos)> Quero agradecer a todos e deixar uma mensagem em especial aos que ainda estão estudando. Da próxima vez que algum colega fizer aquelas famosas perguntas, "Por quê estamos perdendo tempo com esses cálculos inúteis? Que aplicação prática eu vou encontrar para esses tais vetores, matrizes, derivadas, integrais, etc?" ...podem responder sem medo de errar: "desenvolvimento de jogos 3D!".


(Vertigo)>
Mais alguma coisa pra falar ou para complementar? :-)

(Marcos)> Acho que já falei demais. Mas espero ter conseguido transmitir aos leitores um pouco desse trabalho fascinante que é o desenvolvimento de jogos. Muito obrigado a todos, e até a próxima.

Bem pessoal, e lembrando mais uma vez:

É DEVER DE TODO O BRASILEIRO QUE CONFIA NO POTENCIAL DOS PRODUTOS NACIONAIS AJUDAR NO CRESCIMENTO DESSE MERCADO QUE ESTA DESPONTANDO AGORA NO PAÍS, E QUE PODERÁ NOS AJUDAR MUITO NO FUTURO. EM QUE SENTIDO? JOGOS MUITO MAIS BARATOS E DE MELHOR QUALIDADE. E COMO COLABORAR? SIMPLES, BASTA COMPRÁ-LOS. DIGA NÃO À PIRATARIA.

Veja mais em: http://www.perceptum.com

 

[ << Primeira parte ]

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